ENTRE PRAZER E SOFRIMENTO:

A rotina da mulher em cargos de gestão na modernidade líquida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21171/ges.v17i47.3589

Palavras-chave:

Executivas, Gestão da Modernidade, Carreira, Prazer, Sofrimento

Resumo

Em meio às mudanças da vida moderna, as mulheres ocupantes de cargos executivos adaptam-se às demandas sociais e organizacionais, a fim de alcançarem e preservarem uma carreira de sucesso. No contexto desse desafio, o presente estudo tem como objetivo analisar a rotina das mulheres executivas na modernidade. Em uma abordagem descritiva e qualitativa, foram entrevistadas 30 mulheres executivas brasileiras. Os dados foram averiguados com a adoção da análise de conteúdo. Os resultados mostram que, na modernidade, a executiva tem uma vida de glamour, poder, status e luxo que implica renúncias e sofrimentos devido às responsabilidades e às imposições inerentes ao cargo. Ao articular os arranjos familiares com as ambições e as necessidades individuais, ela se apresenta como uma superexecutiva para atender as demandas sociais e organizacionais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elem Rabelo Duarte Vaz, Faculdade IMED

Graduação em Administração pela Faculdade IMED

Mestrado em Administração na Escola de Administração da Faculdade IMED

Referências

ANDRADE, S. R. DE. Para além do “teto de vidro”: o trabalho feminino e as representações do “ideal” de mulher executiva. Revista Mosaico, v. 1, n. 1, p. 1–17, 2009.

BADER, B. et al. Institutional discrimination of women and workplace harassment of female expatriates Evidence from 25 host countries. Journal of Global Mobility, 2018.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 3. ed. Lisboa, Portugual: Edições 70, 2016.

BATISTA, M. K. et al. Slow Movement: trabalho e experimentaçao do tempo na vida líquido-moderna. Psicologia & Sociedade, v. 5, n. 1, p. 30–39, 2013.

BAUMAN, Z. Vida Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.

BIBI, N. Role of gender diversity in organizational effectiveness and its implications. International Review of Management and Marketing, v. 6, n. 4, p. 80–85, 2016.

BOWLES, H. R. Claiming authority: How women explain their ascent to top business leadership positions. Research in Organizational Behavior, v. 32, p. 189–212, 2012.

BRETT, J. M.; STROH, L. K. Working 61 plus hours a week: Why do managers do it? Journal of Applied Psychology, v. 88, n. 1, p. 67–78, 2003.

CARDOSO, A. C. M. Organização e intensificação do tempo de trabalho. Revista Sociedade e Estado, v. 28, n. 2, p. 351–374, 2013.

CYRINO, R. Trabalho, temporalidade e representações sociais de gênero: uma análise da articulação entre trabalho doméstico e assalariado. Sociologias, v. 11, n. 21, p. 99–92, 2009.

CONNELL, R. W; WOOD, J. Globalization and business masculinities. In: Men and Masculinities, Sage Publications, v. 7, n. 4, Apr. 2005.

DAWSON, G. S.; HO, M. W.; KAUFFMAN, R. J. How are C-suite executives different? A comparative empirical study of the survival of American chief information officers. Decision Support Systems, v. 74, n. June, p. 88–105, 2015.

DUARTE, R. Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Cadernos de pesquisa, v. 115, n. 1, p. 139-54, 2002.

____________. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Curitiba, Educar, n. 24, p. 213-225, 2004.

EAGLY, A.; CARLI, L. L. Women and the labyrinth of leadership. Harvard Business Review, v. 85, p. 9, p. 62–71, 2007. doi.org/10.1037/e664062007-001.

ECCEL, C. S.; GRISCI, C. L. I. Trabalho e Gênero: a produção de masculinidades na perspectiva de homens e mulheres. Cadernos EBAPE.BR, v. 9, n. 1, p. 57–78, 2011.

EZZEDEEN, S. R.; BUDWORTH, M.-H.; BAKER, S. D. The glass ceiling and executive careers: still an issue for pre-career women. Jornal of Carreer Development, v. 42, n. 5, p. 355– 369, 2015.

FRAGA, A. M.; ANTUNES, E. D. D.; ROCHA-DE-OLIVEIRA, S. The female and the male professional: gender, career and expatriation interfaces in trajectory for female expatriates. Brazilian Business Review, v. 17, n. 2, p. 192–210, 2020. https://doi.org/10.15728/bbr.2020.17.2.4

FRAGA, A. M.; GALLON, S.; VAZ, E. R. D. Estereótipo, Preconceito E Assédio Nas Trajetórias De Expatriadas Brasileiras. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 15, n. 1, p. 165-179, 2021.

FRAGA, A. M.; ROCHA-DE-OLIVEIRA, S. Mobilidades no labirinto: tensionando as fronteiras nas carreiras de mulheres. Cadernos EBAPE. BR, v. 18, nov, 2020. https://doi.org/10.1590/1679-395120190141

FREZZA, M.; GRISCI, C. L. I.; KESSKER, C. K. Trabalho e subjetividade: uma análise a partir de uma revista popular de negócios. Revista de Administração Contemporânea, v.

, n. 3, p. 487–503, 2009.

GAULEJAC, V. DE. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e

fragmentação social. Aparecida: Ideias & Letras, 2007.

GRISCI, C. L. I. et al. Beleza física e trabalho imaterial: do politicamente correto à

rentabilização. Psicologia: Ciência e profissão, v. 35, n. 2, p. 406–422, 2015.

GRISCI, C. L. I.; CARDOSO, J. Experimentação do tempo e estilo de vida em contexto

de trabalho imaterial. Cadernos EBAPE.BR, v. 12, n. 4, p. 851–865, 2014.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de pesquisa, v. 37, n. 132, p. 595-609, set./dez. 2007.

HOPKINS, M. M.; BILIMORIA, D. Social and emotional competencies predicting success for male and female executives. Journal of Management Development, v. 27, n. 1, p. 13–35, 2008.

HRYNIEWICZ, L. G. C.; VIANNA, M. A. Mulheres em posição de liderança: obstáculos e expectativas de gênero em cargos gerenciais. Cadernos EBAPE.BR, v. 16, n. 3, p. 331–344, 2018.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudos & Pesquisas. Informação Demográfica e Sócioeconômica. Síntese dos Indicadores Sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira, n. 39, p. IBGE, 2018.

INSTITUTO ETHOS. O dia é da mulher, mas falta ainda muito a comemorar. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.ethos.org.br/cedoc/o-dia-e-da-mulher-m>.

JOSHI, A.; SON, J.; ROH, H. When Can Women Close the Gap ? a Meta-Analytic Test of Sex Differences in Performance and Rewards. Academy of Management Journal, v. 58, n. 5, p. 1516–1545, 2015. https://doi.org/10.5465/amj.2013.0721.

JUNIOR, W. P. Função do executivo. Revista de Administração Pública, v. 29, n. I, p. 48–62, 1995.

KIMMEL, M. S. A produção simultânea de masculinidades hegemônicas e subalternas. Horizontes Antropológicos, v. 9, p. 103-117, 1998.

LIMA, G. S.; CARVALHO NETO, A.; TANURE, B. Executivos Jovens e Seniores no topo da carreira: conflitos e complementaridades. Revista Eletrônica de Administração, v. 71, n. 1, p. 63–96, 2012.

LÓPEZ-RUIZ, O. J. O ethos dos executivos das transnacionais e o espírito do capitalismo. [s.l.] Tese de Doutorado em Ciências Sociais, Universidade Estadual de Campinas, 2004.

MARAFON, D. L. et al. Diferenças de gênero na gestão de empresas: perfil do gênero feminino. Caderno Espaço Feminino, v. 3082, n. 2, p. 109–127, 2017.

MERRIAN, S. B. Qualitative research in practice. Examples for discussion and analysis. San Francisco: Jossey Bass, 2002.

MOTA-SANTOS, C. M.; TANURE, B.; CARVALHO NETO, A. M. DE. Mulheres executivas brasileiras: o teto de vidro em questão. Revista Administração em Diálogo, v. 16, n. 3, p. 56–75, 2014.

NUNES, A. R.; CASACA, S. F. As mulheres perante o desafio de uma carreira internacional. Sociologia, Problemas e Práticas, n. 77, p. 77–94, 2015.

OLTRAMARI, A. P.; GRISCI, C. L. I. Carreira e família na sociedade líquido-moderna. Revista de Administração Mackenzie, v. 15, n. 1, p. 15–48, 2014.

OLTRAMARI, A. P.; GRISCI, C. L. I.; WEBER, L. Carreira e relações familiares : dilemas de executivos bancários. Revista Mal Estar e Subjetividade, v. 11, n. 1, p. 101–133, 2011.

ROCHA-COUTINHO, M. L. Variações sobre um antigo tema: a maternidade para mulheres. In: FÉRES-CARNEIRO, T. (Ed.). . Família e casal: efeitos da contemporaneidade. Rio de Janeiro: Editora PUC Rio, 2005. p. 320.

SANG, K. J. C.; CALVARD, T. ‘I’m a migrant, but I’m the right sort of migrant’: Hegemonic masculinity, whiteness, and intersectional privilege and (dis) advantage in migratory academic careers. Gender, Work & Organization, v. 26, n. 10, p. 1506–1525, 2019.

SENNETT, R. O artífice. Rio de Janeiro: Record, 2009.

SHORTLAND, S.; PERKINS, S. J. Women’ s expatriate careers: losing trust in organisational equality and diversity policy implementation? Jornal of Global Mobility, v. 8, n. 2, p. 183–208, 2020.

TONELLI, M. J. À beira de um ataque de nervos: um dia na vida de executivos em São Paulo. Relatório de Pesquisa. Fundação Getúlio Vargas. São Paulo, 2005.

Downloads

Publicado

2023-07-03

Como Citar

Vaz, E. R. D., & Gallon, S. (2023). ENTRE PRAZER E SOFRIMENTO:: A rotina da mulher em cargos de gestão na modernidade líquida. Gestão E Sociedade, 17(47). https://doi.org/10.21171/ges.v17i47.3589